sexta-feira, dezembro 07, 2007

Vou Falar! E a cambalhota PSD em Lx?

Agora que já me refiz do hematoma na cabeça depois de ter tentado imitar uma cambalhota tipo PSD em plena Assembleia Municipal, já posso falar sobre isto.
António Costa fez jogo sujo ao ameaçar abandonar a CML, caso o empréstimo chumbasse.
Por seu turno o PSD, tendo presente as dificuldades financeiras, sempre referidas por Carmona Rodrigues, assumiu uma posição de força e passou mais de 1 semana em Prime Time, ameaçando chumbar o dito empréstimo.
A estratégia do PS aqui foi simples. Assumiu o caos das finanças lisboetas culpabilizando os anteriores executivos, lançando a isca para umas eventuais eleições à CML e também à Assembleia Municipal, ficando ainda com o crédito perante a opinião pública de querer salvar Lisboa e de a oposição não o deixar trabalhar. Era lindo!
Já a estratégia do PSD foi mais audaz e difícil. Sem poder culpabilizar o se legado recente, manteve o tabu sobre o eventual chumbo ao empréstimo, procurando realçar a inaptidão de António Costa para governar a Câmara, segurou a sua posição de força na Assembleia Municipal (enquanto existia tabu), e tentou fazer transparecer para a opinião pública a barbaridade que o PS e António Costa, pretendiam fazer.
Como neste cenário alguém tinha que ceder, ou havia eleições ou empréstimo.
Foi o PSD a ceder. Acho que o medo de provocar novas eleições foi maior do que a coragem de levar por diante algo com o qual discordavam. Ora se discordavam então porque é que não mantiveram a sua posição?
O argumento usado pelo presidente da junta de Benfica, em nome do PSD, é ridículo. A posição do PSD passou a ser assim: (500 milhões não, mas 400 já pode ser). Ora tenham paciência amigos… isto não é nada… isto foi uma cambalhota por medo… isto foi uma cambalhota porque o PSD está refém da estratégia da sra.Paula, quando não teve coragem de ir também a votos.

Esta brincadeira acaba por provar 2 coisas essenciais:

1 – Devia mesmo ter havido também eleições para a Assembleia Municipal. Dessa forma, o PSD podia votar à vontade, afirmando as suas posições, dizendo que discordava e que esta questão do empréstimo é uma clara violação à nova Lei das Finanças Locais, no que diz respeito ao endividamento das autarquias. Agora o PSD viu-se forçado a não votar contra uma ilegalidade. Por culpa de quem?
Não nos esqueçamos que recentemente foi aprovado na Assembleia da Republica um novo diploma sobre o facto das dívidas das empresas municipais não sustentáveis, contabilizarem para o bolo cumulativo do endividamento global das autarquias. O que quer dizer que mesmo sem o empréstimo, a CML e o PS, já estão em incumprimento da sua querida Lei das Finanças locais.
Aliás, já vários presidentes de câmara, imediatamente após a aprovação deste empréstimo, se manifestaram contra os cortes nas transferęncias de verbas do Orçamento do Estado relativos ao excesso de endividamento. (link)

2 – Prova ainda que neste país as leis são feitas para os outros cumprirem, porque quando lhes toca a eles, os socialistas, é feita uma completa vista grossa. Este PS é vergonhoso. Isto foi a falência da Lei das Finanças Locais.

Em Consciência Critica questiono:
Não se responsabiliza a sra.Paula pelo completo falhanço da sua estratégia? (ou deverei antes dizer… por estar agarrada ao lugar que nem uma lapa?)
Então depois deste claro atropelo à dita lei, o Alberto João Jardim ainda não veio a público mandar estes tipos pastar caracóis?
O PSD vai deixar passar em claro mais este escândalo rosa?

É caso para cerrar o punho, mas não para fazer o símbolo do PS, mas sim para com o auxílio do outro braço, fazer o tradicional símbolo português do Zé-povinho.

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13 Criticas:

  • Concordo com o escrito.

    Permita-me dizer-lhe que pode ser útil conhecer uma outra versão dos factos em a-bem-da-nacao.blogsptot.com

    Por Anonymous Anónimo, a 07 dezembro, 2007 15:59  

  • O problema aqui foi dos vereadores do PSD que são incapazes. Não entendem nada. Não têm qualquer estratégia e ´não são capazes de defender o PSD.

    Votaram contra mas não disseram mais nada. Ainda foram dizer que não havia problemas com a passagem na assembleia municipal porque havia uns presidentes de junta que iam viabilizar...

    Por Anonymous Anónimo, a 08 dezembro, 2007 01:33  

  • Meu Caro,
    Vocelência anda mesmo mal informado, anda a "reboque" do PS ou não assistiu às discussões na AML?
    Então o Presidente da Junta de Benfica é que foi o "mau da fita"? Essa é boa... Pois há quem diga que foi ele quem mais razão e bom-senso teve no meio da trapalhada montada por António Costa. Por acaso ouviu a sua intervenção?
    Então o que foi aprovado, não foi o que o PSD tinha já proposto em Outubro e Novembro na AML?
    Então não foi António Costa que teve (a custo, diga-se...) de recuar?
    Ou estivémos a assistir a "filmes diferentes"?

    Por Blogger Rui Freitas, a 08 dezembro, 2007 03:12  

  • Esqueci-me deste pergunta fulcral:
    A Dra. Paula Teixeira da Cruz deve precisar mesmo do "lugar" de Presidente da AML como "de pão para a boca", não?
    Ou anda por aí um qualquer recalcamento no seu cérebro?

    Por Blogger Rui Freitas, a 08 dezembro, 2007 03:14  

  • Rui Freitas,
    Em primeiro lugar estranho o tom agressivo das suas palavras. Seja como for deixe-me dizer-lhe que respeitei sempre as suas opiniões, por muito que fossem diametralmente opostas às minhas, e nunca me ouviu dizer que haveria algo de mal com o seu cérebro.
    Mas as atitudes ficam para quem as pratica.
    Quanto à matéria em questão, parece que interpretou mal as minhas palavras. Em nada do que referi ponho em causa o presidente da junta de Benfica. Acho que ele falou em nome da bancada, ou não? Terá falado em nome pessoal? (Parece-me que não).
    O que achei ridículo nesta situação, foi o argumento ridículo (da bancada PSD), transmitido pelo presidente da junta de Benfica, de 500 milhões não, mas 400 ok.
    É ridículo, porque de nada serviu sustentar uma posição de firmeza para depois recuar. O ponto fulcral é, ou se concorda com o empréstimo ou não.
    Não estou em crer que o PSD agora seja um partido de vitórias morais. O que o meu amigo disse foi que, como não foram 500, o PSD fez recuar António Costa.
    Ora eu acho o contrário. No final o homem teve o que quis… o empréstimo.
    Estranho como ex-presidente da Junta de já foi, não ter referido neste seu comentário o mais importante… o atropelo à lei das finanças locais, preferindo tocar no acessório.
    Quanto à sr.Paula, vamos ver se nos entendemos. Não será certamente pelo dinheiro que a sra. lá está, e por nesse sentido é claro que não precisa daquele lugar “como pão para a boca”. Mas poderá você dizer o mesmo em relação à sua sobrevivência politica?
    É que em meu entender, a sra. precisa mesmo desse lugar, para lhe permitir continuar a ter algum peso politico, porque caso contrário é nulo.
    Entendeu agora o meu ponto de vista?

    Por Blogger Consciência Critica, a 08 dezembro, 2007 14:55  

  • Os vereadores do PSD não existem. A bancada do PSD na assembleia municipal não tem rei nem rock. O PSD em Lisboa é comandado por Menezes.

    Por Anonymous Anónimo, a 09 dezembro, 2007 00:09  

  • Caro C. C.,
    Tenho de admitir que, por vezes, ao ragir "a quente", possa ser aparantemente agressivo. Mas, como penso que me conhece mais ou menos bem, perceberá que a intenção real não é essa. Pazes?
    Vamos então ao resto...
    "Atropelo à Lei das Finanças Locais", por acaso "criada" pelo sr. dr. António Costa.
    O meu Companheiro Domingos Pires, nos termos Regimentais, falou certamente em nome da Bancada PSD na AML. E fê-lo com toda a lucidez, OBRIGANDO (repito, OBRIGANDO) o sr. dr. António Costa a recuar (repito, a recuar).
    Pensava eu que me havia explicado bem... mas parece que não!
    O sr. dr. António Costa (talvez habituado a lidar displicentemente com muitos milhões, quando estava no (des)governo), pretendia contrair um empréstimo junto da CGD de 500 milhões de euros. Certo?
    A Bancada do PSD na AML, desde Outubro, admitiu aprovar apenas e só 400 milhões (360 + 40). Certo?
    O sr. dr. António Costa, nunca explicou bem para que queria mais 100 milhõezitos. Não é coisa pouca. Certo?
    O sr. dr. António Costa tentou chantagear os Deputados Municipais do PSD, ameaçando demitir-se, caso não fosse aprovada a sua proposta de 500 milhões. Certo?
    O sr. dr. António Costa, aceitou - finalmente - a proposta do PSD em aprovar 400 milhões. Certo?
    Quem recuou? O PSD? O sr. dr. António Costa?
    Acho que é óbvio! Certo?
    Agora, todas as demais Autarquias "asfixiadas" pela Lei do sr. dr. António Costa (ministro), querem igual tratamento. E têm razão. Certo?
    Um abraço!

    Por Blogger Rui Freitas, a 09 dezembro, 2007 00:19  

  • Quanto à Sra. Dra. Paula Teixeira da Cruz, em meu entender, nem sequer precisa de protagonismo político (se calhar, até lhe dava jeito e menos chatices).
    Conheço um exemplo perfeitamente antagónico: alguém que esteve no congresso de consagração do actual líder, todos esperavam que falasse, não falou e, mesmo assim, "arrasou" o congresso (mediaticamente falando), "ofuscou" totalmente o líder recém-eleito e saíu pela "porta grande" sem ter "mexido uma palha"!
    Entende o meu ponto de vista?

    Por Blogger Rui Freitas, a 09 dezembro, 2007 00:25  

  • custa tanto ser "poucochinho", insignificante e "burro"...com quem é que o rui freitas se quer comparar?

    Por Anonymous Anónimo, a 09 dezembro, 2007 01:14  

  • ao anónimo anterior
    Não vejo a pertinência desse seu comentário. Aqui as opiniões sempre foram e serão livres e respeitadas.
    Não vi o Rui Freitas a comparar-se com ninguém. Não vale a pena inventar fantasmas onde não existem.

    Por Blogger Consciência Critica, a 09 dezembro, 2007 01:47  

  • Caro Rui Freitas,
    Nesse aspecto do "recuar", agora (nesta AML), tem toda a razão. É um facto que o homem teve que meter marcha à ré. Mas não deixa de ser interessante e dúbia a posição do PSD sobre esta matéria. Uma coisa é aprovar, outra é concordar, certo?
    Não vejo porque é que o PSD tinha que concordar, numa matéria, em que embora admitisse aprovar, na sua essência estava contra.
    E o melhor argumento para estar contra, é que transgride a Lei das Finanças Locais. Certo?
    Logo até seria fácilmente justificado, e poria o governo em maus lenções, porque o PS estava a contradizer uma lei do PS, e o António Costa a atropelar uma lei do António Costa.
    Tinhamos aqui uma oportunidade linda! Certo?

    Por Blogger Consciência Critica, a 09 dezembro, 2007 01:53  

  • Caro CC,
    Em primeiro lugar, obrigado pelo comentário ao comentário do "anónimo" das 01:14, o que para mim é a confirmação das "pazes".
    Vejamos, então, outro cenário:
    Os Deputados Municipais do PSD "chumbavam" a proposta do sr. dr. António Costa... fosse qual fosse o montante, com base na citada Lei que refere - e bem!
    O que acontecia?
    O sr. dr. António Costa - "in extremis" -, demitia-se e fazia cair a Câmara... por "arrasto", talvez a AML!
    Qeum é que ele se preparava para culpar? Os Deputados Municipais do PSD!
    Quem é que os cidadãos de Lisboa iriam culpar? Os Deputados Municipais do PSD!
    Quem sairia prejudicado - mais uma vez - de todo este embróglio? Os cidadãos de Lisboa!
    Quem se "arriscava" a obter uma maioria absoluta em novas eleições intercalares? O sr. dr. António Costa!
    Acha que essa seria a melhor opção?
    Acho que não!

    Por Blogger Rui Freitas, a 10 dezembro, 2007 01:48  

  • Clap, clap, clap (isto são palmas)!
    Muito bem, gostei de ler. É assim que se discute. Com educação, elevação, rigor e de forma clara as mais variadas questões.
    Bem-haja.

    Por Anonymous Anónimo, a 10 dezembro, 2007 10:20  

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